
A ocasião
Decididamente improvisar na cozinha é mais fácil do que seguir receitas. A começar pelos ingredientes. Quando você está improvisando usa o que tem, o que aparece pela frente, aquilo no que esbarra no mercado. Mas, se tenta seguir uma receita com um mínimo de seriedade, tem de fazer um esforço para achar os ingredientes indicados. Como eu inventei de fazer uma receita peruana, cozinha pouco difundida em São Paulo, achar os ingredientes foi uma verdadeira gincana. Acrescente-se a isso o pouco planejamento da minha parte.
Há tempos tenho essa ideia de fazer um blog testando receitas de livros (e, eventualmente, revistas). Mas nunca tinha tempo. No entanto, trabalho não remunerado é como filho: se você pensar muito não faz. Então, na semana retrasada, decidi que era agora ou nunca. Tudo começou a entrevista que fiz com o cozinheiro mais famoso do Peru no momento, Gastón Acurio (veja posts abaixo), para uma matéria para a revista 29 Horas.
Conversando com Gastón no La Mar, descobri que ele está para inaugurar um restaurante sino-peruano em Lima. Vi aí uma notícia que pouco interessava a uma revista mensal como a 29 Horas, mas que poderia ser de valor para o Paladar, o caderno de gastronomia do Estadão. Vi também uma cozinha nova para mim, algo que senti vontade de explorar.
Essa entrevista foi na quarta. Na sexta, eu tinha um almoço no Mocotó com o meu grupo de amigos "Pelados em Nice" (a razão do nome da turma é uma longa história que conto outro dia). Mas todo mundo furou. Só eu e uma amiga não tivemos imprevistos. Então, como eu moro em Perdizes e ela, em Higienópolis, decidimos ficar pelo bairro em vez de nos pincharmos para a Vila Medeiros. Unindo o útil ao agradável, sugeri de irmos ao Killa, o peruano da rua Tucuna. A gente poderia almoçar (e pagar a conta: que fique claro). Depois, eu conversaria com o chef Dylan Koishi. No próximo post, eu conto como foi no Killa e, uma hora, chego no jantar de sábado. No fim, quer dizer no meio, prometo até revelar onde se encontra em São Paulo aji amarillo, aji panca e rocoto, pimentas fundamentais para a comida peruana, mas que em São Paulo são tão difíceis de achar quanto ópio.
Nenhum comentário:
Postar um comentário