Não foi só o prato principal que saiu tarde no jantar de teste do livro Cuisine du Sud, que eu e minha amiga Juliana demos na casa dela. Foi tudo meio corrido. O jantar aconteceu num sábado. Na quarta-feira, nós ainda nem tínhamos definido o cardápio. A Ju queria ir à feira que acontece no Ceagesp(Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo) às quartas à noite. Então, como já contei lá atrás, marcamos de nos encontrar na casa dela, escolher as receitas que faríamos e, de lá, seguir para o Ceagesp.
Nas quartas à tarde, tenho aula de sommelier na ABS. A Carolina, uma colega de curso que eu já apresentei em um post passado, me deixou na casa da Juliana. Lá decidimos pelas receitas publicadas em posts anteriores desta série: uma caçarola de pimentões e tomates chamada tchektchouka, uma foccacia de azeitonas, a anchöiade ou patê de aliche, uma boullabaisse e os rougets de roche en feuilles de vigne, uns peixinhos enrolados em folha de uva, para quem não lembra. Até chegarmos à essa conclusão, acabamos saindo da casa da Ju tarde e chegando ao Ceasinha (antigamente o Ceagesp se chamava Ceasa) mais de nove da noite. Isso sem ter traduzido as receitas. Detalhe: a feira acaba às 22hs.
Como a Juliana já foi professora de francês, fez uma lista rápida dos ingredientes e pôs no bolso. Só que, no caso dos peixes, não adianta saber falar francês. É uma questão de conhecê-los. Então, enquanto ela dirigia, fui googando no meu celular para ver se descobria o nome em português daquele monte de peixe. A lembrar: rascasse, grodin, loup, congre, vive..., para a bouillabaisse, e rouget des roche, para assar com folhas de uva.
Quando não encontro a tradução do nome de um animal ou de um vegetal nos dicionários online, meu método de pesquisa é o seguinte: vou no google, digito o nome em francês ou espanhol, como foi no caso do jantar peruano. Procuro algum artigo que tenha o nome científico do bicho ou da planta. Pego esse nome e dou um novo google. Muitas vezes, vem um artigo em português sobre o tal ingrediente. Mas isso nem sempre funciona. Nem sempre é tão fácil achar artigos com nome científico. É meio demorado. No percurso da casa da Ju até o Ceasa, só encontrei a tradução para loup. Com a foto ao lado, descobri que se tratava de um Dicentrarchus labrax, que nada mais é que um robalo.
Achei que tinha conseguido descobrir o que era o rouget de roche também. Pelo que vi rapidamente, o Mullus surmuletus em português se chamaria salmonete. Mais tarde descobri estar errada. O que não fez a menor diferença naquele dia porque chegamos ao Ceasinha super tarde. A Ju, na verdade, queria comer pastel e tomar caldo de cana. O lugar é uma festa mesmo. As barracas de pastel, acarajé, comida japonesa e uma série de outras coisas ficam cheias de gente. Encontramos até uns amigos de adolescência da Juliana. Mas a feira em si, tivemos de fazer em 10 minutos. Em todo caso, o peixe era melhor comprar no sábado mesmo. E os vegetais não eram tantos. Achamos tudo, menos as folhas de uva. Os pimentões vermelhos também não estavam muito maduros. Eu nunca tinha ido a essa feira. Gostei, mas não amei. Não achei tão barata, nem tão variada. O legal é que é à noite. Para uma alma boêmia como a minha, pode ser a única forma de frequentar uma feira. Quem sabe quando o frio passar!
Varejões do Ceagesp
Av. Dr. Gastão Vidigal, 1946 - Vila Leopoldina, São Paulo, SP
sábados: 7h às 12h30 - domingos: 7h às 13h – no Pavilhão MLP – entrada pelo portão 3
quartas-feiras: 16h às 22h – no Pavilhão PBCF – entrada pelo portão 7
Estacionamento Gratuito
Nenhum comentário:
Postar um comentário