terça-feira, 31 de agosto de 2010

UM POUCO DE PRÁTICA

Antes de qualquer coisa, vamos dar um encerramento aos posts do jantar do Sul da França, que já aconteceu há mais de dois meses. Encerramento não é bem o termo, porque posso (e vou) voltar ao tema algumas vezes. Mas farei uns dois ou três posts finais contando o desfecho da noite. Só aquilo que é publicável, é claro! Os amigos podem ficar sossegados.
Em algum momento, eu disse que o único prato que eu tinha feito havia sido a trilha. Isso não é de todo verdade. Como prova a foto, eu dei uma mãozinha no preparo da anchoïade. Para quem não lembra, naquela noite, na casa da Juliana, o cardápio era fougasses aux olives (pão de azeitona), anchoïade (patê de anchovas), tchektchouka (pimentão e tomate refogados), boullaibaisse (sopa de peixe) e rougets de roche en feilles de vigne (trilha em folha de uva).
Como eu disse, o grande erro da noite foi não tirar as espinhas da trilha. Mas o livro não falava nada a respeito. Também já contei que eu tomei um tantinho de vinho das 19h até de madrugada. então, algum dificuldade que a Juliana possa ter tido talvez tenha me escapado. Aliás, ela tem escapado é de traduzir essas receitas e comentar direitinho como foi realizá-las. Mas o principal, acho que eu sei:

Erro número 1: Deixamos para comprar a farinha de grano duro que vai nas fogasses na tarde em que íamos prepará-las. eu só cheguei com a tal farinha às 19h.

Conclusão: Desistimos de sequer tentar fazer esse pão. A farinha está lá. Falamos toda hora em retomar o teste.

Erro número 2: Depois de algum debate, chegamos à conclusão de que as anchovas, por não serem secas e salgadas, como mandava a receita e, sim, em óleo, não precisavam ser dessalgadas. Achamos até que devíamos usar parte do óleo em que ela é conservada.

Conclusão: A anchoïade ficou muito forte, gostosa, porém forte. Pedi, então, que a Ju batesse uma maionese, o que, segundo ela, atrasou ainda mais o jantar. Quanto á anchova Beira-Mar, vale comentar que, apesar de nacional e razoavelmente barata, ela era bem boa. Foi comprada no Mercado de Pinheiros no Entreposto da Feijoada.

Erro número 3: Tanto no momento das compras quanto na hora de servir, esquecemos que a tal da anchoïade era acompanhada de crudités (cenoura, pepino, rabanete, aipo crus).

Conclusão: O equilíbrio do jantar ficou prejudicado. Faltou algo fresco.

Erro número 4: O pré-preparo dos vários pratos de uma refeição deve ser feito ao mesmo tempo, segundo a urgência e possibilidade de antecipação de cada procedimento. No caso da tchektchouka, deveríamos ter grelhado os pimentões à tarde, antes de começar tudo. No caso da trilha, eu podia ter decapitado, limpado e enrolado os bichinhos logo que cheguei. Mas acho que a Ju preferia não ver esse espetáculo.

Conclusão: O jantar saiu na hora em que saiu: o último prato, às 2h.

Erro número 5: Esquecemos de fazer o molho da trilha.

Conclusão: Ninguém notou, porque tinha tanta espinha que esse era o menor dos problemas.

Críticas ao livro, a minha principal é em relação ao fato de não avisarem que é fundamental tirar um milhão de vezes todas as espinhas da trilha. Talvez a Ju tenha alguma outra.



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